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Escrever um bom roteiro audiovisual é o objetivo quando se pensa em escrever um roteiro.

Ressalto que escrever roteiros é um ato de coragem. Escrever é um ato, muitas vezes, solitário, de pesquisa interior.

Geralmente, para fazer o filme ou o vídeo que se pretende é necessária a escrita de um bom roteiro criativo, capaz de transmitir os sentimentos e nuances que estarão presentes na hora da filmagem.

É Importante ressaltar que existem produções e estilos que dispensam a necessidade de um roteiro audiovisual formal, tal qual conhecemos em sua forma tradicional/“industrial”.

Este tipo de roteiro pode ser mais parecido com um guia menos rígido, quem sabe mais colaborativo entre os envolvidos, mais maleável conforme os acontecimentos, com anotações que mais se parecem com lembretes e provocações do que propriamente sequências super estabelecidas linearmente, elaboradas e muitas vezes rígidas na sua forma.

Além do roteiro, tudo dependerá também do diretor audiovisual e sua forma de conduzir.

Na Café Pingado Filmes produzimos de diversas formas, obras que tiveram roteiros escritos por apenas um autor, ou coletivamente por uma equipe de roteiro. Obras realizadas com roteiros tradicionais e processos estabelecidos, e também obras que mais se pareciam com o vento ou com as águas.

Entre processos solitários e colaborativos já escrevemos roteiros para diversos formatos, filmes, clipes, peça de teatro, institucionais, shows (sendo um caso bem específico e podemos abordar em outro momento).

O que posso dizer é que cada processo trazem vários aprendizados. Que é escrevendo que se escreve mais e melhor. Que o risco também é objetivo, que sonhar alto com o seu roteiro, mesmo que distante, é necessário.

Talvez pareça algo lúdico o que escrevi no parágrafo anterior, mas escrever com alma, ser subjetivo e cerebral, abraçar as vontades dos mundos, amar cada linha escrita em cada detalhe do roteiro, transmitir uma sensação única para o leitor/espectador.

Escrever e pensar em imagens e sons, cena com e sem personagens, ambientações, ações, trilha sonora, som ambiente, diálogo, cores, intensidade, ambiguidade, metáforas, tempo, movimento, universo, parágrafos curtos ou parágrafos longos(?), referências, preferências, essas e muitas outras variantes são sempre desafiadoras.

O que mais colaborou, na minha experiência de escrita, foi o trabalho contínuo e pesquisar para além da minha área de interesse, estar aberto para novas experiências, tanto no universo do cinema e audiovisual quanto fora dele. No campo prático e teórico.

O primeiro questionamento quando escrevo um roteiro audiovisual é, “de onde vem essa bendita ideia?”. Muitas vezes a resposta aparece imediatamente, outras nem tanto, levam um certo tempo para maturar. Além de outras ideias que talvez nunca apareçam, mas colam que nem cola.

Acredito que para escrever um bom roteiro audiovisual é interessante você perceber quais são suas melhores ferramentas e explorá-las da melhor forma, ao mesmo tempo que identifica o que é mais dificultoso na escrita e trabalhe isso provocativamente.

Como um escultor buscando tirar e adicionar camadas para dar forma e contexto, e encontrar a melhor versão da obra. Revisar os detalhes como cada parte do corpo, porém nem sempre buscando simetria ou linearidade.

Isso tudo para dizer, não se prenda a um único estilo de roteiro, arrisque, junte as técnicas tradicionais com a sua experiência. Busque por roteiros “tradicionais”, compreenda como fazer bons cabeçalhos de cena.

Arrisque novamente e arrisque mais.

Dito essas coisas, falarei de alguns textos e livros que me ajudaram e ajudam nessa caminhada do roteiro.

Não tem como falar de roteiro cinematográfico sem citar os 10 mandamentos para um bom roteiro do Billy Wilder, para os mais inteirados talvez já conheça esses conselhos, mas sempre vale a pena revisitar. São palavras tão úteis que sempre vale a pena recomendar.

Após escrever alguns roteiros, tive a felicidade de ler “Story: substância, estrutura, estilo e os princípios da escrita de roteiro”, o livro se dedica a analisar mais de cem obras do cinema, importante leitura para quem quer ir além da fórmula e visa conhecer mais sobre este universo.

Outra importante leitura fora do universo focado em roteiro é o texto de Jorge Luis Borges “A Biblioteca de Babel”, importante representante do gênero literatura fantástica. Não falarei muito, apenas leia se ainda não teve contato com essa incrível obra.

Duas partes me marcam nesse texto e dão pistas sobre o que o autor está a dizer, a primeira é: “Também alegou um fato que todos os viajantes confirmaram: “Não há, na vasta Biblioteca, dois livros idênticos”. E também quando o autor escreve “Atrevo-me a insinuar esta solução do antigo problema: “A Biblioteca é ilimitada e periódica.””.

É um texto de tirar o fôlego, um grande conto da literatura mundial que entre outras coisas me diz um pouco sobre a infinidade de sabedorias, conhecimentos, informações e referências que há no mundo.

Não importa o quanto você pesquise e saiba, o conhecimento de um sábio será um grão de areia no oceano.

Sem dúvidas, buscar conhecimento, vivência e referências são um dos pontos mais importantes para escrever bons roteiros.

O roteiro tem uma particularidade que não é uma obra final, é importante que além do leitor os demais envolvidos no processo e na equipe sejam tocados e entendam o que está sendo dito/feito.

Escrever um roteiro é fazer uma obra literária anterior a obra cinematográfica.

Outro livro indispensável nessa estrada é o valioso e sempre indicado em salas e oficinas de roteiristas ”A jornada do escritor: estrutura mítica para escritores”, realmente indispensável para quem gosta de aprofundar no universo de contação de histórias, Christopher Vogler faz uma detalhada análise sobre o conceito da jornada do herói do clássico “O Herói de mil faces” do renomado estudioso Joseph Campbell.

Duas leituras também indispensáveis para quem gosta de aprofundar no campo teórico e prático.

E para fechar as indicações eu citaria o maravilhoso livro “Por um cinema sem limite” do inestimável Rogério Sganzerla. Um livro de autor para autores de quem deseja ir além do óbvio em uma obra cinematográfica.

Uma parte importante ao terminar de escrever seu roteiro é registrá-lo na Biblioteca Pública Nacional, isso será como uma carteira de identidade da sua obra.

Essa medida é importante tanto para resguardar e proteger a sua obra, quanto garantir a inscrição em editais que exigem esse registro.

Além de arquivar na memória nacional a sua obra.

Enquanto isso, recomendo que envie para si um e-mail com o PDF contendo o roteiro.

Para se informar mais sobre a Lei dos Direitos Autorais leia a Lei 9610/98.

Depois disso é legal começar a buscar leitores de confiança que podem conversar sobre o conteúdo do roteiro com você. E, ao mesmo tempo, quem sabe parceiros de realização.

Escrever o roteiro, muitas vezes é apenas a primeira etapa, talvez uma das mais importantes.

Tem aquela história que a obra de roteiro nunca acaba, sempre vamos melhorando, refinando, aprimorando suas versões. Essa parte é fundamental para fazer ajustes, ter percepções diferentes sobre o que foi escrito.

Lembre-se que o roteiro é apenas o início, ele poderá ser alterado durante as filmagens e também na montagem. A depender de combinados e contratos pré-estabelecidos.

Costumo dizer que o roteiro e o primeiro corte do filme são da mesma família. O filme deve ser algo mutável, capaz de superar expectativas impostas no roteiro, tanto durante a filmagem quanto durante a montagem.

É muito provável que em cada etapa do filme o roteiro se transforme cada vez mais entre a expectativa e a realidade filmada. Entre as ideias já concebidas pelo roteiro e o que de novo as situações do set podem trazer, ou até mesmo impor.

Para a montagem o roteiro deve servir como uma base mutável, muitas vezes um bom roteiro guia a montagem, porém em outras pode ser a montagem que encontre o tom do roteiro para contar a história “certa”, mas isso é texto para outra hora.

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